Gestores de 14 municípios alagoanos
receberam, nesta terça-feira, 8 de dezembro, o Selo UNICEF por registrar
avanços na garantia dos direitos de crianças e adolescentes. Os municípios de
Palmeiras dos Índios, Maragogi, Craíbas, Arapiraca, Penedo, Igaci, Feira
Grande, Teotônio Vilela, Junqueiro, Campo Alegre, Olho D’água das Flores, Olho
D’ água Grande, Coité do Nóia e Taquarana, todos parceiros do CONISUL.
Os municípios tiveram avanços
maiores do que os demais em suas regiões em indicadores de saúde, educação e
assistência social. Como resultados, foram registradas melhorias em indicadores
como mais crianças aprendendo na escola; mulheres com acesso a pré-natal;
meninas e meninos com registro de nascimento; adolescentes participando
ativamente das políticas públicas que impactam sua vida.
“Eles comprovaram melhoras
significativas nas políticas públicas para que mais meninas e meninos pudessem
estar na escola na idade certa, ser alcançados pelos serviços de saúde,
nutrição, vacinação, e ser protegidos contra a violência”, diz Florence Bauer,
representante do UNICEF no Brasil.
“O resultado maior não é a
certificação em si, mas os impactos positivos na vida de crianças e
adolescentes”, explica Florence.
“Com o apoio do UNICEF, esses municípios se
superaram. Isso é a prova de que fortalecer a gestão pública, com foco na
infância e na adolescência, é o melhor investimento no desenvolvimento,
particularmente em um país como o Brasil, com tantas desigualdades”,
complementa.
Em todos os municípios que
participaram foi possível identificar avanços nas políticas públicas para
crianças e adolescentes.
“O importante é o compromisso que esses municípios
assumem em melhorar o que fazem pelas meninas e pelos meninos. Estes resultados
são a prova disso. O Selo UNICEF é uma estratégia para apoiar tecnicamente
esses municípios para que eles realizem o que é dever municipal. Quem participa
melhora porque trabalha para isso”, diz Florence.
O anúncio dos municípios
que receberam o Selo UNICEF aconteceu nesta terça-feira, 8 de dezembro. O
evento segue disponível no YouTube: bit.ly/EncerramentoSeloUNICEF.
Confira, a seguir, os principais
resultados alcançados.
Direito a educação
Estar na escola, aprendendo, é essencial para meninas e meninos. Nesses quatro
anos, 90% (1.735) dos municípios que participaram do Selo UNICEF implementaram
a estratégia Busca Ativa Escolar, indo atrás de cada criança, cada
adolescente que estava fora da escola e tomando as medidas necessárias para a
rematrícula e a aprendizagem.
Além disso, 573 municípios
realizaram ações para diminuir o número de crianças e adolescentes com dois ou
mais anos de atraso escolar. E 683 capacitaram professores sobre inclusão de
crianças com deficiência por meio de educação física.
Como resultado, eles avançaram
mais do que a média do País.
No Brasil, entre 2016 e 2019, o percentual de
estudantes dos anos finais do ensino fundamental público com dois ou mais anos de
atraso escolar caiu 10,7%. Nos municípios da Amazônia e do Semiárido, a queda
foi de 11,9%. Já nos municípios que participaram do Selo UNICEF, a redução foi
maior: 12,5%. E nos municípios que foram certificados com o Selo UNICEF, foi
maior ainda: 15%.
“Ao fortalecer uma série de
políticas focadas no direito a educação, esses municípios conseguiram fazer uma
diferença enorme na vida dos estudantes. Estar na escola é uma forma eficaz de
proteger meninas e meninos contra diferentes formas de violência, o trabalho
infantil e outras violações de direitos”, explica Anyoli Sanabria, coordenadora
do UNICEF para a Amazônia.
Conheça, aqui, as principais ações realizadas
pelos municípios para garantir o direito a educação
Direito a saúde
Os municípios investiram na atenção básica, em especial no atendimento
pré-natal e primeiros meses de vida, na vacinação e na prevenção de doenças.
Entre os municípios participantes desta edição do Selo UNICEF, 581 ofereceram
capacitação sobre pré-natal, parto e pós-parto às equipes da rede pública de
saúde.
De 2016 a 2018 (último dado
disponível), o percentual de mulheres com acesso adequado ao pré-natal (sete
consultas ou mais) no Brasil cresceu 4,6%. Já nos municípios certificados com o
Selo UNICEF o aumento foi de 7,5%.
“Ter acesso a sete consultas de
pré-natal, além de ser um direito da mulher, é fundamental para que o bebê
nasça com saúde. Ao ampliar o acesso ao pré-natal, os municípios certificados
com o Selo UNICEF colocam os cuidados com a primeira infância em destaque e
contribuem para que crianças cresçam com saúde”, afirma Anyoli Sanabria.
Conheça, aqui, as principais ações realizadas pelos municípios
na área de saúde.
Direito a proteção contra
violência
Os municípios que participam do Selo UNICEF se comprometeram a fortalecer a
rede de proteção. Isso envolve melhorar o atendimento às famílias e desenvolver
estratégias específicas para alcançar meninas e meninos expostos a diferentes
formas de violência. Entre outras ações, 620 municípios realizaram formação
para conselheiros tutelares, e 404 realizaram busca ativa de crianças sem
registro de nascimento.
O acesso de crianças ao registro
de nascimento – a porta de entrada para todos os direitos – aumentou mais do
que a média nacional. De 2016 a 2018 (último dado disponível), enquanto, na
média brasileira, o acesso a esse registro cresceu 0,62%, nos municípios certificados
com o Selo UNICEF, o aumento foi de 0,84%.
“O registro de nascimento é
fundamental para que a criança ‘exista’ para as políticas públicas.
Sem ele,
meninas e meninos ficam invisíveis e mais expostos a diversas negações de
direitos e violências. Ao garantir que crianças sejam registradas no primeiro
ano de vida, os municípios certificados com o Selo UNICEF efetivam um direito
fundamental”, diz Dennis Larsen, coordenador do UNICEF para o Semiárido.
Conheça, aqui, as principais ações realizadas
pelos municípios para apoiar as famílias e proteger meninas e meninos contra a
violência.
Direito a participação social
Todas as melhorias nas políticas públicas e os consequentes resultados citados
acima foram alcançados com ampla participação dos próprios adolescentes. Em
cada município que participou do Selo UNICEF foram criados Núcleos de Cidadania
de Adolescentes (NUCAs) – também chamados de Juventudes Unidas pela Vida na
Amazônia (JUVAs), no território amazônico. Compostos por, no mínimo, 16
adolescentes, esses grupos participaram ativamente, nos últimos quatro anos,
das discussões e decisões de políticas públicas voltadas à infância e à
adolescência nos municípios em que vivem. No total, 30 mil adolescentes exerceram
seu direito a participação nos municípios que participaram do Selo UNICEF.
“O envolvimento dos adolescentes
foi muito importante para alcançar as metas do Selo UNICEF. Eles contribuíram
com ideias e muita energia, sendo um fator crucial de mobilização nos seus
municípios. Temos aqui um grupo considerável de jovens engajados no
desenvolvimento dos seus municípios, o que vai ter um efeito positivo em toda a
região”, diz Dennis.
Confira a relação dos 431 municípios que receberam o Selo
UNICEF – Edição 2017-2020:
selounicef.org.br.
Acesse o painel com os principais indicadores de cada
estado:
selounicef.org.br/resultados.
Sobre o Selo UNICEF
O Selo UNICEF é uma iniciativa do UNICEF para estimular e reconhecer avanços na
promoção, realização e garantia dos direitos de crianças e adolescentes em
municípios do Semiárido e da Amazônia Legal brasileira. A metodologia inclui o
monitoramento de indicadores sociais e a implementação de ações que ajudem o
município a cumprir a Convenção sobre os Direitos da Criança, que no Brasil é
refletida no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
A Edição 2017-2020 do Selo UNICEF
contou com a adesão espontânea de 1.924 municípios de 18 estados da Amazônia
Legal brasileira e do Semiárido, que se comprometeram a priorizar crianças e
adolescentes nas políticas públicas, com metas e indicadores claros.
Ao longo
desses quatro anos, o UNICEF acompanhou os municípios, capacitou gestores
públicos e forneceu apoio técnico para a formulação e fortalecimento de
políticas públicas, a partir de uma metodologia baseada nas prioridades do
UNICEF para o Brasil: alcançar crianças e adolescentes excluídos, melhorar a
qualidade das políticas públicas existentes para crianças e adolescentes,
prevenir e enfrentar as formas extremas de violência contra meninas e meninos e
promover a participação da comunidade, especialmente de adolescentes.
O apoio técnico do UNICEF aos
municípios é feito por meio da Associação para o Desenvolvimento dos Municípios
do Ceará (APDMCE), Associação de Defesa da Saúde Sexual, Saúde Reprodutiva,
Educação e Cidadania (Asserte), Centro Dom José Brandão de Castro (CDJBC) e
Instituto Peabiru.
Alcançar 1.924 municípios que
participaram do Selo UNICEF só foi possível graças ao apoio de milhares de
doadores individuais e de parceiros corporativos como Instituto Claro, Fundação
Itaú Social, Enel, Coelba, Cosern, Celpe, BNDES, RGE, Energisa e Equatorial
Energia.